Sonhos de criança
Dra. Lara R. Alves, Psicóloga Clínica
Dra. Lara R. Alves, Psicóloga Clínica
Se têm em casa uma criança angustiada com os sonhos, sugerem-se de seguida algumas estratégias simples que como pais/educadores podem utilizar:
Tente criar um ambiente carinhoso, de aceitação e de não-julgamento em que a criança se sinta segura para falar. Os sonhos não são bons/maus ou certos/errados, por isso nunca diga a uma criança que ela é má por causa dos seus sonhos. Não se zangue.
Não os trivialize pois, são um importante meio de comunicação. Ouça o que a criança diz e faça abertamente perguntas que lhe permitam contar a história à sua maneira. Encoraje-a a explorar o sonho. Por exemplo: “Como é que te sentias no sonho?”, “Encontras-te alguém que te ajudasse?” ou “Qual foi a melhor/pior parte do teu sonho?” Ao ouvir, está a mostrar à criança que dá valor ao que ela tem a dizer, aumentando a auto-estima da criança e a confiança em si.
Deve deixar a criança expressar os seus sentimentos sobre o sonho e a sua história no seu próprio ritmo. Não force a criança a falar. Lembre-se que não é Psicólogo/ Terapeuta, mas sim um adulto que está a dar apoio num ambiente não-clínico.
É importante também que respeite a confidencialidade que a criança deposita em si. A criança precisa de se sentir respeitada. Se ela decidir falar consigo sobre os seus sonhos, óptimo, mas não abuse dessa confiança, ao falar a outras pessoas desse assunto sem primeiro ter o seu acordo.
Ajude a criança a estabelecer ligações com acontecimentos da vida real. Se tiver um sonho que a perturbe, ajude-a carinhosamente a descobrir com o que se relaciona. Ao trabalharem os sonhos, as crianças podem tornar-se muito mais conscientes de todas as pressões psicológicas a que estão sujeitas.
É necessário ter ainda em atenção que algumas crianças acreditam que, se falarem nos sonhos, eles acabam por se realizar, outras acreditam que, se caírem em sonho e se atingirem o fundo da sua queda, nunca mais acordam. Tanto adultos como crianças têm alguns mitos. Ajude as crianças a compreenderem o que são os sonhos e a razão por que sonhamos. Terão assim muito menos medo.
Se verificar que não consegue construir uma ponte entre a realidade e os sonhos dos seus filhos, consulte um especialista, não corra o risco dessa angústia extravasar para a vida real pois, é nessa altura que começam a surgir as reacções agressivas para os pais, a cólera para os professores, o desinteresse por tudo, o isolamento e a rejeição dos amigos. Muitas vezes… a depressão.
Só quando o rendimento escolar e as notas começam a ser prejudicadas é que os pais normalmente começam a ficar preocupados. Estejam atentos, Não caiam nesse erro.
Artigo completo em http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/680/?textpage=2
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