Para muitas crianças, os últimos dias de férias de verão vão para além da despedida do deitar tarde e tarde erguer, da praia e dos programas descontraídos e sem horários. Conforme o arranque da escola se aproxima, é provável que, em paralelo com as perspetivas de novos desafios, surjam sinais de stresse.
Quer se trate do pré-escolar ou de ciclos mais avançados, é natural que o primeiro dia cause alguma ansiedade aos filhos, mas também aos pais. O truque, dizem os especialistas, é gerir os nervos e as expectativas de todos.
Mesmo que o arranque seja complicado – por exemplo com cenas de choro quando a criança é deixada ao cuidado dos educadores – os adultos não devem manifestar junto dela que também estão a ser afetados. Uma atitude compreensiva não significa partilhar as lágrimas ou manifestar hesitações quanto à capacidade dos profissionais de educação.
As mudanças nas rotinas, para além do medo do desconhecido, podem ser suficientes para a criança ficar nervosa. As preocupações vão desde conhecer o educador e/ou professor até imaginar que possam não ter capacidades para aprender. A somar a isto existe a ansiedade de separação que afeta as crianças mais pequenas.
A psicóloga norte-americana Christine Kodman-Jones, em entrevista à revista online HealthDay News, deixa algumas indicações para os pais lidarem com a ansiedade nesta fase:
• Visitem a escola antes das aulas arrancarem. O ideal é que a criança conheça o educador ou o professor, os auxiliares, a sala de aula, os espaços comuns… Quando o grande dia chegar, ela já não se sentirá tão perdida.
• Debatam as novas rotinas. Manifestar entusiamo e explicar o mais pormenorizadamente possível como vão decorrer os dias é securizante.
• Façam a transição atempadamente. Isto significa não esperar pela véspera do primeiro dia para deitar mais cedo e acordar mais cedo e começar a fazer refeições nos horários escolares.
• Brinquem às escolas. É particularmente eficaz para as crianças mais pequenas entrarem no espírito.
Um dado importante a ter em conta nesta fase é saber que não se está sozinho, ou seja, pode contar-se com os educadores e professores. Eles estão preparados para apoiar as crianças nesta fase de transição e podem dar indicações imprescindíveis sobre a forma como elas agem quando os pais não estão presentes.
Alguns sinais de que nem tudo está a correr bem podem incluir dificuldades em adormecer, pesadelos, perda de apetite, queixas de dores de cabeça ou de barriga e problemas de comportamento nunca antes observados. Mais uma vez, é importante que pais e educadores mantenham estreitos canais de comunicação, não só para detetar problemas como também para os enfrentar em conjunto.
A boa notícia é que estas situações fazem parte de uma pequena minoria e a ansiedade do novo ano letivo é, na maior parte dos casos, sol de pouca dura. Os nervos vão desaparecendo à medida que a criança sente mais confiança e integração no universo da escola.
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