terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Comportamentos maternos e obesidade infantil



As escolhas comportamentais das mulheres na altura do parto podem determinar características de saúde dos seus filhos durante toda a infância, asseguram investigadores canadianos. «Embora o comportamento seja extremamente difícil de mudar e seja também influenciado por uma teia de factores ambientais, espero que esta descoberta ajude a melhorar os serviços médicos e sociais que oferecemos às mães e aos bebés», referiu Laura Pryor, líder do realizado na Universidade de Montreal e publicado na revista Archives of Pediatric and Adolescent Medicine.

Numa análise feita a 1957 crianças do Quebec, pesadas anualmente desde os cinco meses, até aos oito anos, foi possível analisar a evolução do índice de massa corporal (IMC) e identificar três grupos distintos: as crianças com o IMC baixo, mas estável; os que apresentavam um IMC médio e finalmente os que o apresentavam elevado e a subir. «Descobrimos que as trajetórias destes três grupos tinham sido semelhantes até aos dois anos e meio», explicou Pryor. «Nesta altura, o IMC do grupo de crianças que já o apresentava elevado disparou. E quando estas crianças chegaram a meio da infância, mais de 50 por cento eram obesas, de acordo com os critérios internacionais.»

Os investigadores identificaram dois factores que podem explicar a situação: o peso da mãe, na altura em que se deu o parto, e o facto se der ou não fumadora. Uma criança cuja mãe tinha excesso de peso e que fumou durante a gravidez tinha um risco acrescido de estar no grupo com mais peso. Dois factores que mostraram ser mais importantes que outros analisados, como o peso à nascença.

Mas os investigadores deixam a ressalva: são necessários mais estudos para determinar como estes factores e outros estão associados à obesidade infantil. «A nossa investigação contribui para o crescente número de provas de que o ambiente perinatal tem uma influência importante na obesidade», defendeu a investigadora.


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