Escrito por Eduardo Sá
http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/eduardo-sa/7227-a-pocao-magica
(...)
"As crianças saudáveis são, por inerência, distraídas. Ou “cabeças
no ar”, como preferirem. Porque são sensíveis e imaginativas, e são atentas a
todos os pormenores apelativos à sua volta. E reagem a eles, claro, em função
da competitividade com que se colocam diante si. E sempre que alguém as entedia
(um bocadinho, que seja) refugiam-se num conjunto de histórias, que elas mesmas
produzem, como se tivessem um quarto de brinquedos na cabeça, a que os pais
chamam... “macaquinhos no sótão”. Mas as crianças (todas as crianças!) são,
invariavelmente, atentas sempre que alguém – pela forma simples e brilhante
como lhes fala ou pelo modo apaixonado e divertido com que as solicita – faz
com que os sentidos convirjam uns para os outros e pareçam (todos eles) consensuais,
daí nascendo a atenção. É difícil estar-se atento! Depende do jeitinho especial
de quem cativa a atenção e de se ter a cabeça mais ou menos arejada para sentir
com o outro, imaginar com ele e discorrer com a sua ajuda. E, já agora, é
difícil cativar a atenção, sobretudo de muitas crianças, ao mesmo tempo: é
preciso que se seja sábio e singular e vivo e que se tenha muito de contador de
histórias, de preferência"(...).
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