Falar com os mais novos sobre dinheiro pode parecer estranho ou até desnecessário. Pelo contrário, a educação financeira deve ser um tema abordado cada vez mais cedo. É até um direito, dizem os especialistas.
Austeridade, endividamento, crédito, poupança… Nunca o dia-a-dia foi tão invadido por questões financeiras. Uma realidade cada vez mais complexa que lança novos desafios. «As crianças e jovens de hoje precisam de níveis de competência financeira muito superiores aos que os pais deveriam ter tido», defende Paulo Lima, professor da área de economia, na Escola Secundária de Rio Tinto. Recomendações da OCDE e da Comissão Europeia chamam a atenção para a importância da educação financeira das crianças e jovens, como parte dos conhecimentos e aptidões indispensáveis à sua realização pessoal, inclusão social e cidadania activa. O objectivo é tornarem-se adultos financeiramente auto-suficientes, com capacidade de escolha para tomadas de decisão conscientes.
QUANDO COMEÇAR?
«A altura ideal para iniciarmos a educação financeira dos nossos filhos é quando eles nos começam a pedir coisas, por volta dos dois, três anos de idade», sugere Susana Albuquerque, secretária-geral da ASFAC – Associação de Instituições de Crédito Especializado, uma das entidades portuguesas mais activas nesta área. Das primeiras noções a passar, a mais importante é a distinção entre o que realmente se precisa e o que apenas se deseja. Transmite-se, assim, a ideia de que o dinheiro não se deve desperdiçar. O site www.portal-financeiro.com sugere um jogo engraçado para a explicação desta diferença entre o essencial e supérfluo: o jogo das batatas com molho. Começa-se por explicar à criança que a batata é um alimento que precisamos de comer para viver, enquanto que o molho só melhora o sabor da batata, mas não é necessário. O jogo consiste em classificar como batata ou molho as várias opções que os pais indicam. Um jogo útil nas idas em conjunto ao supermercado.
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