O consumo de álcool durante a gravidez aumenta o risco dos bebés desenvolverem um conjunto de deficiências conhecida por síndrome alcoólica fetal. Um novo estudo publicado na Alcoholism: Clinical & Experimental Research dá conta agora que o consumo de álcool durante a segunda metade do primeiro trimestre de gravidez é o momento crítico para que este tipo de síndrome se desenvolva.
A síndrome alcoólica fetal pode resultar no aparecimento de problemas físicos, alterações comportamentais e de aprendizagem. Os indivíduos que apresentam esta síndrome apresentam características faciais anormais nomeadamente, microcefalia, fendas palpebrais curtas, lábio superior fino e hipoplasia do philtrum e/ou do maxilar superior, narinas antevertidas e deficiências no crescimento.
Para este estudo, os investigadores da Universidade da Califórnia, nos EUA contaram com a participação de 992 mulheres grávidas. Ao fim de cada trimestre da gravidez as mulheres foram questionadas quanto ao seu consumo de álcool ou de outras substâncias, as datas específicas destes consumos, bebidas por dia e número máximo de bebidas consumidas. Após o nascimento foram recolhidas informações sobre o desenvolvimento dos bebés.
O estudo revelou que a exposição a concentrações elevadas de álcool estava associada a um maior risco de os recém-nascidos nascerem com baixo peso e estatura, bem como microcefalia. A associação entre o consumo de álcool e o desenvolvimento destas deficiências foi mais significativa quando o consumo de álcool ocorreu na segunda metade do primeiro trimestre de gravidez.
Os investigadores constataram que o consumo adicional de, em média, uma bebida por dia, durante a gravidez, conduziu a um aumento de 25 por cento do risco dos bebés apresentarem hipoplasia do philtrum e/ou do maxilar superior; um risco 22 por cento maior de terem lábio superior fino, um risco 12 por cento maior de terem microcefalia, um risco 16 por cento maior de terem baixo peso à nascença e um risco 18por cento maior de terem uma menor estatura.
Os autores do estudo acreditam que estes resultados reforçam a ideia que não existe um nível de consumo de álcool “seguro” durante a gravidez. “Os médicos devem continuar a encorajar a mulheres que estão a planear ficar grávidas a evitar o consumo de álcool”, revelaram, os investigadores, em comunicado de imprensa.
Sem comentários:
Enviar um comentário