quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Socorro, o meu filho não come!

Forçá-los a comer pode ser uma tortura, terminando frequentemente no vómito dos poucos alimentos que os conseguimos fazer ingerir

Perante situações de doença, poucas são as crianças que comem de forma semelhante à habitual. A recusa alimentar é um sintoma muito frequente, que preocupa os pais, e pode ter múltiplas causas. Uma das causas possíveis é a dor ao engolir, motivada pela inflamação da garganta de uma faringite ou amigdalite. Também a dor na cavidade oral provocada por lesões na língua ou gengiva como na estomatite aftosa ou na candidíase oral (os “sapinhos”) leva as crianças a recusar comer. Nestas situações surge por vezes salivação excessiva, por dificuldade na deglutição da própria saliva. Por outro lado, na grande maioria das constipações, gripes e gastrenterites as crianças têm menos apetite e estão por vezes nauseadas, acabando por não ter simplesmente vontade de comer. Forçá-las a comer nestas circunstâncias torna-se numa tortura para pais e crianças, terminando frequentemente no vómito dos poucos alimentos que os conseguimos fazer comer, e mais alguns da refeição anterior... O que devemos então fazer? Qual deve ser a preocupação dos pais? O principal risco é a desidratação por recusa em beber líquidos, pelo que deve ser a ingestão de líquidos a prioridade. Ou seja: não vale a pena forçar os alimentos. Os pais devem investir nos líquidos, mesmo que de forma muito fracionada (por exemplo cinco mililitros de dois em dois minutos) e distribuída ao longo do dia. Devemos optar por soros de hidratação oral (disponíveis em dezenas de sabores e formatos diferentes). O que elas forem capazes de comer para além disto será benvindo, mas não será certamente prioritário. São habitualmente melhor tolerados alimentos mais moles, frios e menos ácidos. Quando a recusa é de tal ordem que mesmo os líquidos fracionados não são tolerados, devem procurar a ajuda de um médico.

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