quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Animais melhoram aptidões sociais de autistas


Incluir um animal de estimação no ambiente familiar de crianças autistas pode ajudar a desenvolver as suas aptidões sociais, revela um estudo levado a cabo por investigadores franceses e publicado na revista científica “PLoS One”.
Há muito que os médicos ouviam os pais de crianças autistas dizer que ter um animal de estimação em casa as ajudava a desenvolver comportamentos sociais, mas até ao momento não havia qualquer estudo que avaliasse cientificamente tais constatações. Os problemas de comunicação constituem uma das principais manifestações do autismo, daí que as estratégias para ultrapassar esses problemas desempenhem um papel central na terapia para esta doença.
Estudos anteriores revelaram que a introdução de animais de estimação na família ajudam a reforçar os laços familiares e podem ajudar a desenvolver as aptidões sociais de crianças não autistas ao aprenderem a partilhar e cuidar do animal. Para verificar se os animais teriam o mesmo efeito em crianças autistas, os autores do estudo compararam as interações sociais destas crianças em três contextos distintos: famílias que nunca tinham tido um animal de estimação; famílias que tinham um animal de estimação desde o nascimento da criança e famílias que passaram a ter um animal de estimação após o quinto aniversário da criança
Os resultados demonstraram que os participantes que tinham um animal de estimação depois de terem nascido apresentavam valores mais elevados nas categorias “oferecer-se para partilhar” e “oferta de conforto”. Uma vez que não foi notada qualquer relação entre o QI de cada indivíduo e o impacto do animal, concluiu-se que os benefícios proporcionados pelos animais “não parecem estar relacionados com o grau de autismo”, referiu o autor do estudo, Marine Grandgeorge, membro do Centro de Recursos de Autismo do Hospital Académico de Brest, em França.
Uma possível explicação para o facto de a introdução do animal no ambiente familiar mais tarde na vida da criança ter maior impacto poderá estar relacionada com o reforço da coesão familiar causada pela chegada do animal. Grandgeorge adverte, no entanto, que estes resultados não devem necessariamente constituir um motivo para os pais partirem imediatamente à busca de um animal, até porque a estratégia pode por vezes dar origem a resultados contrários.

Sem comentários: